Depois de quatro anos estudando para se tornar engenheira civil, a ida a campo mostrou que seu interesse era o de tocar a alma das pessoas, de compartilhar conhecimento e ajudar a construir seres humanos.

Quem vê o carinho e aplicação da professora Daniela Zenardi com seus pequenos estudantes, não sabe que por trás de sua rotina em sala de aula houve um momento de escolha que fez toda a diferença em sua trajetória profissional.

Há dez anos concursada pela Prefeitura de Sorocaba, hoje ela dá aulas no Centro de Educação Infantil “Profª Beatriz de Moraes Leite Fogaça” – CEI-16, na Vila Carvalho, mas já levou sua energia para salas de aulas de outras três unidades: o CEI-23, CEI-87 e o CEI-80. Locais onde um legado de muita vontade e lindos trabalhos pedagógicos marcou a história de tantas outras crianças.

E a receita de tanta dedicação vem sendo escrita desde a infância. “Minha trajetória profissional foi inspirada pelos meus mestres; em especial, a tão querida e inesquecível professora Isaura que, desde cedo, me ensinou na prática que a afetividade está intimamente ligada à aprendizagem. Por meio do acolhimento, respeito e amor, ela despertava em seus alunos a motivação e o desejo de aprender”, relembrou.

A ligação com a antiga professora foi tão forte que fez brotar em Daniela uma semente que ela levou para toda sua carreira profissional. “Ela possibilitou que seus alunos vivenciassem a pedagogia do afeto, despertando no âmago de muitos o desejo de trilhar o caminho da Educação. Assim ocorreu com aqueles alunos que, em sua maioria, formaram-se educadores e hoje atuam em diversas escolas”, contou.

Engenharia pela sala de aula

Quem conhece e reconhece a vocação de Daniela em sala de aula, não sabe que ela fez um grande sacrifício para estar onde decidiu ficar. Ainda na fase acadêmica, ela abandonou o quarto ano do curso de engenharia civil para recomeçar a vida na docência.
“No curso de engenharia o que mais me fascinava era a parte teórica. Quando iniciei a parte prática, após quatro anos, com o trabalho de campo, concluí que esta não era a minha vocação. Afinal, o que mais me atraía era a didática dos professores em relação aos alunos. Daí em diante, percebi que o caminho profissional a ser trilhado estava atrelado à Educação”, explicou a professora.

Decisão tomada, ela interrompeu o curso de engenharia e mudou o rumo de sua trajetória. “Precisei começar tudo do zero”, comentou ao explicar que deixava boquiabertos aqueles que descobriam a troca que havia feito na vida profissional. Daniela, por sua vez, estava certa de que era o certo a fazer e, mais do que isso, deveria ser potencializado com qualificação. Assim, ao mesmo tempo em que fazia Magistério, formou-se em Pedagogia e, em seguida, especializou-se por meio de duas pós-graduações: Psicopedagogia: Abordagem Clínica e Institucional e Psicopedagogia: Desafios da Inclusão Escolar.

Anos depois, ela se mostra extremamente satisfeita com a escolha e quando perguntada sobre o que mais a encanta em ser professora, nem titubeia: “Há vários fatores que me tornam apaixonada por esta profissão. Mas, o maior deles, sem dúvida, é o poder de investir e acreditar no ser humano, por desejar fazer a diferença e auxiliar na construção de um presente e futuro mais prósperos”, contou emocionada dizendo que “a missão de ensinar, motivar e descobrir potencialidades me encanta demais nessa profissão”.

Em face à comemoração do Dia do Professor e diante de sua missão educadora, Daniela Zenardi se vê a partir da definição de um pensador: “ser professor é um privilégio. Ser professor é semear em terreno sempre fértil e se encantar com a colheita. Ser professor é ser condutor de almas e de sonhos, é lapidar diamantes. E é nisso que eu acredito”.

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