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A Santa Casa de Misericórdia de Sorocaba, que ainda está sob intervenção da Prefeitura Municipal, só deve voltar a ser administrada pela Irmandade dentro de 30 dias. O prazo de setembro para o término da requisição da prefeitura não deve ser cumprido, já que o Plano Operativo Assistencial – POA, documento que norteia o convênio entre o hospital e a Prefeitura de Sorocaba – ainda precisa de ajustes que garantam o pleno funcionamento da unidade. A previsão é que esses ajustes estejam prontos até o começo de outubro.
Isso é o que ficou decidido durante reunião realizada na manhã desta sexta-feira (01) com a prefeita Jaqueline Liliam Barcelos Coutinho (PTB), secretários municipais e o presidente do Conselho Administrativo da Santa Casa, padre Flávio Jorge Miguel Júnior. Em junho deste ano, a Igreja Católica passou a ser a mantenedora da Irmandade da Salta Casa de Sorocaba, mas ainda não conseguiu administrar o hospital por conta da requisição feita pela prefeitura que investe perto de R$ 6 milhões/mês para manter a unidade com as portas abertas.
Por orientação da prefeita, também foi criado na reunião um grupo de trabalho com secretários municipais de várias pastas e o Padre Flávio Miguel, que terá a incumbência de discutir ações que permitam a Santa Casa criar aportes para o seu funcionamento, como por exemplo, recursos financeiros.
Referência para o atendimento médico de urgência e emergência a pacientes do SUS – Sistema Único de Saúde, a Santa Casa foi requisita pela prefeitura no dia 24 de abril deste ano, depois da abertura de inquéritos policiais que apontaram o envolvimento de ex-diretores do hospital com o desvio de verbas. Hoje, a Santa Casa tem que administrar uma dívida na ordem de R$ 70 milhões com bancos, fornecedores e funcionários, e o completo sucateamento de equipamentos, falta de material médico-hospitalar, falta de medicamentos entre outros.
O padre Flávio Jorge Miguel Júnior disse que “a reunião foi muito produtiva, principalmente porque a prefeitura está disposta a dar respaldo ao trabalho da irmandade e, assim, encontrar mecanismos que solucionem o pleno funcionamento do hospital e o impede de fazer o atendimento à população”, disse.
Já o secretário de saúde, Ademir Watanabe crê que “até o começo de outubro já tenhamos resolvidas todas as questões pertinentes ao funcionamento da Santa Casa”, ressaltando que o Plano Operativo Assistencial – POA está sendo redefinido entre prefeitura e irmandade da Santa Casa.
Para a prefeita Jaqueline Liliam Barcelos Coutinho, “é um absurdo termos um hospital dessa natureza e não conseguirmos dar o suporte necessário de atendimento à população. O que estamos fazendo agora é discutindo de que maneira a Santa Casa oferecerá os seus serviços aos pacientes sem que tenhamos que intervir nesse serviço”, destacou a prefeita.
Na reunião, participaram os secretários de Relações Institucionais e Metropolitanas, Francisco Pagliato Neto, da Fazenda Fábio de Castro Martins, de governo João Leandro da Costa Filho, de comunicação Sandra Navarro e mais três funcionários da prefeitura que foram destacados no processo de intervenção da Santa Casa.
Foto: Fernando Abreu