Arrastão da dengue está no Jardim Betânia

 

Operação de conscientização da população e retirada de criadouros prosseguem até sábado

O Jardim Betânia, na Zona Norte de Sorocaba, recebe até sábado (14) o arrastão da equipe de Zoonoses da Secretaria da Saúde (SES), para a retirada de possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. A ação ocorre naquela localidade desde a manhã desta quinta-feira (12), período em que foi constatado um foco de larvas do mosquito e retirado um caminhão carregado de materiais inservíveis encontrados em residências e terrenos do bairro. Os moradores foram conscientizados sobre a prevenção à doença.

“Pode parecer pouco um só foco de dengue, mas é muito. O certo é não ter, pois o risco de proliferação é alto. As larvas estavam num pote de sorvete com água, num estacionamento”, alerta Ivan Santos Vieira, agente de saúde da Zoonoses, cuja equipe formada por 10 pessoas (5 da Zoonoses e 5 de remoção de criadouros) abordou moradores de 109 casas nesta manhã. “Chegamos em outras 69, mas estavam fechadas. Numa delas havia pneus com água e fizemos uma ação paliativa com detergente. Vamos voltar depois para conversar com o dono”, apontou.

Ivan comentou que os munícipes, aparentemente, estão mais conscientes da importância do trabalho realizado pela Zoonoses, em parte devido ao aumento de casos de dengue registrados na cidade, que passou dos 12 mil. “Só pode ser isso. Tem morador que pega a gente pelo braço para denunciar ou até mesmo para vistoriar seu imóvel. Parece estar mais consciente”, destaca, alertando para a obrigação de todo cidadão manter seu imóvel limpo e sem criadouros, fazendo uma varredura semanal.

A agente de saúde Carina Mendes, também comenta que, apesar da aparente conscientização de boa parcela da população, ainda há comodismo por parte de muita gente, sobretudo em retirar entulho e objetos inservíveis. “Ficam esperando a Zoonoses passar para recolher. O pior de tudo é que às vezes nem ajudam”, comenta.

Ivan recorda que ontem (11), num arrastão realizado no Jardim Rodrigo, também na zona norte, o dono de um comércio de reciclados jogava numa área verde todo o material imprestável para ele. “Havia dezenas de carcaças de televisores. Chamamos a pessoa para ajudar a carregar e também a notificamos.”

 

Lição de casa

A dona de casa Eliane as Silva Leme, 54 anos, alega que faz a lição de casa para evitar o acúmulo de água, mas tem gente que não liga. “Uso repelente, faço furo nos vasos e adoto uma série de medidas preventivas, pois minha mãe tem 91 anos e pegar a doença, pode ser fatal”. O temor não é à toa, pois na rua onde mora – que tem cerca de 200 metros de extensão – ao menos 16 pessoas tiveram dengue. “Isso que eu lembro de cabeça. Só na casa do meu vizinho foram quatro casos”, assegura.

A uma quadra dali reside a dona de casa Maria Aparecida da Silva Kano, 45 anos, que está com dengue. Ela recebeu a equipe da Zoonoses e admitiu que começou a se importar mais com prevenção após começar a sentir os sintomas da doença. “Dá muita fraqueza, parece que vou morrer. Ainda tem muito pernilongo e todo cuidado é pouco”, disse a moradora, que ontem passou por atendimento no Centro de Monitoramento montado pela Prefeitura na Zona Leste.

O arrastão no Jardim Betânia ocorre das 8h30 às 16h30 e a Zoonoses pede a colaboração da população para que receba as equipes e mantenha as casas livres de criadouros. “Esse trabalho não pode parar. Estamos numa guerra e muita gente ainda não tomou ciência do perigo que é a dengue”, alerta a dona de casa Maria Oliveira, 62 anos. Disse que ao caminhar pela rua, não pensa duas vezes em recolher latinhas e outros objetos que podem acumular água e que estão pelo caminho. “Devemos fazer o que está ao nosso alcance. Muita gente acredita que não vai acontecer nada com ela, até a hora que descobre que está doente”, finaliza. 

 

 

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