Equipes de Saúde da Família realizam 64,3 mil atendimentos ao mês
Por: Esdras Felipe Pereira (Programa de Estágio) Supervisão: Tânia Franco – ttferreira@sorocaba.sp.gov.br
Programa atende 27% da população de Sorocaba, principalmente em áreas de maior vulnerabilidade. Número de equipes subiu de 16 para 44 nos últimos três anos
Atuar na promoção da saúde de uma determinada comunidade, visando à prevenção, recuperação e reabilitação de doenças/agravos frequentes. Esses são os principais objetivos da Estratégia Saúde da Família (ESF) – antes conhecido como Programa Saúde da Família (PSF) –, que existe desde 1997 em Sorocaba. A ESF funciona em 14 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do município. Para se ter uma ideia de sua importância, em média, 64,3 mil atendimentos são realizados a cada mês. Em 2015 foram ao todo 772 mil procedimentos.
De acordo com Juliana Fidelis Domingues, supervisora de área da Divisão de Atenção Primária da Secretaria da Saúde de Sorocaba (SES), a ESF tem trazido reflexos positivos nos principais indicadores de saúde das famílias atendidas pelas equipes – compostas por um médico, um enfermeiro, um auxiliar ou técnico de enfermagem e seis agentes comunitários de saúde. Em casos como o das UBSs Ulisses Guimarães e Ana Paula Eleutério (Habiteto), há no quadro um dentista e um auxiliar de saúde bucal.
Segundo Juliana, o número de equipes cresceu nos últimos anos: eram dezesseis em 2013 e agora são 44 no total, prontas para atuar nas UBSs dos bairros Nova Esperança, Vila Barão, Cerrado, Wanel Ville, Lopes de Oliveira, Parque São Bento, Vitória Régia, Paineiras, Ulisses Guimarães, Ana Paula Eleutério (Habiteto), Vila Sabiá, Aparecidinha, Cajuru e Brigadeiro Tobias. “Cada equipe se responsabiliza pelo acompanhamento de cerca de 3 a 4 mil pessoas em uma determinada área”, destaca a profissional da SES.
Outro ponto crucial na ESF refere-se ao fato de serem estabelecidos vínculos de compromisso e corresponsabilidade entre as equipes e a população atendida. Isso porque há, no programa, a intenção de estimular a organização das comunidades, com vistas no controle social das ações e serviços de saúde. “A atuação das equipes ocorre principalmente nas UBSs, nas residências e na mobilização da comunidade, caracterizando-se como porta de entrada de um sistema hierarquizado e regionalizado de saúde, com território definido e população delimitada, sob sua responsabilidade”, explica Juliana.
Atendimento humanizado
Na prática, um dos pilares da ESF é a humanização. Basta acompanhar uma visita domiciliar para entender. Nesta sexta-feira (1º), a equipe do Serviço de Comunicação (Secom) da Prefeitura esteve junto de Diana Gomes, 48, agente comunitária de saúde da UBS Vitória Régia, em uma das residências que a profissional passa mês a mês, no bairro Vitória Régia.
Em todas as visitas às famílias, Diana vai caminhando. Não reclama. O carinho que receberá dos atendidos será o seu “prêmio”. Desta vez, a parada foi na casa da aposentada Neusa Maria Gonçalves, 60 anos. A senhora e seus parentes são atendidos pelo ESF há 12 anos. Nesse período, sofreu três perdas doloridas: mãe, marido e pai – a mais recente delas, seis meses atrás.
O sofrimento, no entanto, é reduzido graças ao atendimento prestado por Diana e os demais profissionais da equipe vermelha, responsável pela família de Neusa. “Ajuda e muito o trabalho que eles fazem. A Diana, por exemplo, posso dizer que a tenho como uma irmã”, declara a aposentada.
Para reafirmar a importância do programa na vida dos Gonçalves, Neusa lembra de algumas situações: “Tinha uma médica que saiu da equipe vermelha e meu pai chorou muito por isso”, recorda. “Quando meu pai estava acamado, a Diana pegava as receitas de medicamento e trazia aqui”, acrescenta.
No meio da conversa, chega a nora de Neusa, Geralda Cordeiro de Araújo, 25 anos. “Não sei o que seria de nós sem a Diana e o programa”, comenta ela, brincando que faria um protesto caso a agente comunitária de saúde deixasse de visitar a família. “Às vezes, a gente não quer muita coisa. Só um pouco de atenção já está ótimo”, enfatiza a jovem.
Terminado o atendimento à família, Diana se prepara para voltar à UBS. No caminho, agradece por ser tão querida em seu trabalho, que completava três anos nesta sexta-feira. “É muito gratificante. Se a gente faz um trabalho frio, as pessoas não vão reconhecer. Para mim, é um orgulho ser agente de saúde do programa”, ressalta.
Quem pode participar?
Conforme a supervisora de área da SES, todo cidadão tem direito de participar da ESF, desde que more em uma das áreas de abrangência. Hoje, o programa é oferecido nas regiões Oeste, Norte e Leste, atendendo em torno de 27% da população de Sorocaba, principalmente em regiões de maior vulnerabilidade. O número também apresentou aumento, já que há três anos a cobertura era de 7%.
Juliana lembra, ainda, que a proposta é apoiada pelo Núcleo de Atenção à Saúde da Família (NASF), composto por uma equipe multidisciplinar (educador físico, assistente social, terapeuta ocupacional, nutricionista, psicólogo, fonoaudiólogo), além de auxiliar administrativo e prestadores de serviço de higiene e limpeza.
Serviços prestados
Na ESF são oferecidos acolhimento, acompanhamento da gestante e do bebê (pré-natal e puericultura), consulta odontológica, curativo, dispensação de medicamentos básicos, dispensação de preservativos e contraceptivos, exame preventivo de câncer de colo de útero, grupos de educação em saúde, imunização, consultas médicas e de enfermagem, nebulização, planejamento familiar, teste de gravidez, tratamento odontológico, sutura e visita domiciliar do agente comunitário de saúde.
Confira a relação de UBSs e respectivas equipes da ESF:
UBS Nova Esperança – 4 equipes
UBS Barão – 2 equipes
UBS Cerrado – 1 equipe
UBS Wanel Ville – 2 equipes
UBS Lopes de Oliveira – 5 equipes
UBS Parque São Bento – 2 equipes
UBS Vitória Régia – 5 equipes
UBS Paineiras – 4 equipes
UBS Ulisses Guimarães – 4 equipes
UBS Ana Paula Eleutério (Habiteto) – 3 equipes
UBS Vila Sabiá – 2 equipes
UBS Aparecidinha – 4 equipes
UBS Cajuru – 3 equipes
UBS Brigadeiro Tobias – 3 equipes
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