Material retirado pelo “Cidade Limpa” poderia mobiliar dezenas de casa
Sofá, tapete, poltrona, mesa de centro, televisão. Mesa, cadeiras, fogão, geladeira, micro-ondas, filtro de água, liquidificador. Guarda-roupa, criado, cama, colchão, sapateira. A lista parece até a de alguém que pretende montar uma residência, que ainda poderia contar com espreguiçadeiras para piscinas, coolers, mangueiras, churrasqueiras portáteis. Mas tudo isso – e muito mais – é o que as equipes da operação “Cidade Limpa” têm retirado, nos últimos quarenta dias, de centenas de residências da Zona Oeste da cidade.
Nessa linha, também estão elencadas latas de tintas esmalte, acrílica, massa corrida e textura, além de madeiramento de todo tipo que a população, sem ter onde descartar, está colocando na rua para que a Prefeitura de Sorocaba, por meio da Secretaria de Serviços Públicos, em parceria com a TV Tem, possa dar destinação correta aos produtos. Até a última sexta-feira (22) a operação Cidade Limpa já tinha recolhido 653,5 toneladas de materiais que deixaram de entulhar casas e terrenos para ter um destino adequado.
Os inservíveis recolhidos são levados ao aterro de inertes onde passam por seleção. Tudo que é reciclável é entregue ao programa municipal. Madeiras são picadas e usadas em ajardinamento. Eletrônicos vão para empresa que cuida da separação dos metais contidos nos aparelhos e reciclam.
Excelente
Na porta de casa observando uma das equipes recolher o material que havia deixado na calçada ao sabre que o “Cidade Limpa” estaria em sua rua nesta segunda-feira (25), Eugênio Marques Rodrigues, morador da Vila Jardini, elogiou a inciativa. “É excelente. Ocorre de a gente guardar muita coisa que não serve para nada e aí, quando percebemos, é tanta coisa que não sabemos onde descartar. Com o recolhimento a gente se livra do que não presta e ainda economiza”, disse fazendo referência ao uso de serviço de caçamba, quando da necessidade de descarte de móveis velhos, por exemplo.
Eugênio também faz crítica à postura de muitos moradores do bairro que não têm qualquer preocupação com a coletividade e jogam coisas nas calçadas ou em terrenos, sem o menor respeito. “Eles não estão nem aí. Fazem isso e deixam que o resto das pessoas se virem”, desabafou.
Sua vizinha, Sandra Corrêa Carneiro, que foi alertada pela esposa de Eugênio acerca do recolhimento no bairro, é outra cidadã inconformada com a “falta de educação do povo”. “É um absurdo. As pessoas largam as coisas na rua ou colocam num terreno que não é seu, como se isso fosse normal”, reclama contando de uma área com a qual sua casa faz fundos, onde foi deixada ‘uma sala quase que inteira’. Livrando-se de espreguiçadeiras velhas, ela sugere que o serviço seja mantido permanentemente. “Não precisaria ser cotidiano, mas isso deveria acontecer ter de tempos em tempos. Aí as pessoas se acostumam e talvez mais gente deixe de jogar coisas onde não pode”, disse.
João Paulo Baccas, João Gomes dos Santos e Damásio de Oliveira formam o trio do caminhão que percorreu a Vila Jardini na manhã desta segunda-feira (25), dentro da 7ª semana de atuação da operação “Cidade Limpa”. Colaboradores que já passaram por poucas e boas nas limpezas de áreas e residências pela cidade, veem com humor o trabalho. “A gente pega cada coisa que não acredita. Mas, em outras vezes, tem móveis bons, que bem poderiam ser usados”, fala João Baccas.
Seu homônimo, Gomes, conta uma passagem recente na qual uma senhora pediu ajuda para se livrar de madeiras. Ao avistar um fogão todo enferrujado próximo, ele perguntou se aquilo também iria e ouviu: “não, esse é seminovo. Dá pra usar”. Sorrindo, Damásio comenta que é o humor que mantém o entusiasmo no dia a dia. “Pra quê sofrer, né?!”.
Manequins
Mesmo sabendo que sua rua já havia sido atendida pela coleta de inservíveis, semana passada, a moradora da Vila Jardini, Meire de Oliveira, arriscou. “Quando vi o caminhão lá em cima perguntei se podiam vir recolher. Liguei no 156 e eles acionaram o responsável que veio buscar o que eu tinha para ser descartado”, disse agradecendo.
Para ela, o programa é ótimo e só por conta dele estava conseguindo se librar de três manequins que ficavam entulhando o quintal. Meire aproveitou para jogar fora estrado e cama. Segundo disse, as pessoas sempre acham que encontrarão utilidade para as coisas e vão guardando. Quando percebem têm um monte de porcaria dentro de casa e, como não sabem onde descartar, vão amontoando as coisas. “Ainda bem que eles vieram. É menos coisa para me preocupar”, garantiu.
Nesta semana o “Cidade Limpa” ainda percorrerá:
• 26/05 – Jardim Guadalajara e Jardim Europa
• 27/05 – Jardim Europa e Vera Cruz
• 28 e 29.05 – Vila Haro
Para usufruir do atendimento da coleta de inservíveis o Cidade Limpa, a população deve colocar os objetos na calçada apenas a partir das 8h do dia indicado para cobertura das ruas dos bairros. Todo material coletado pelos caminhões é encaminhado a um ponto de apoio e, após avaliação, para reciclagem.
A operação Cidade Limpa não coleta restos de construção e lixo doméstico.
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