Prefeitura devolve Santa Casa à Irmandade
Por: Tânia Franco - ttferreira@sorocaba.sp.gov.br
Foto: Zaqueu Proença
“Esse é um momento esperado por todos”.
Foi assim que o prefeito Antonio Carlos Pannunzio abriu, na tarde desta quinta-feira (22), em seu gabinete no sexto andar do Palácio dos Tropeiros, a solenidade de revogação do decreto que requisitou, em janeiro deste ano, e pela segunda vez, a Santa Casa. Com isso, a administração do hospital, que nos últimos dois anos e onze meses esteve sob a responsabilidade do Poder Público municipal, passa a ser da nova diretoria da Irmandade de Misericórdia de Sorocaba.
A eleição dessa diretoria foi, aliás, um dos fatores determinantes da de devolução da Santa Casa e elencados pelo prefeito no texto que compõe o decreto de encerramento da gestão pública. Os outros são o consequente afastamento da antiga diretoria, sob a qual recaem inúmeras acusações de irregularidades, e o compromisso da promoção de novos serviços por parte da instituição.
Na presença dos Conselheiros da Irmandade de Misericórdia e dos secretários municipais da Saúde, Ailton Ribeiro; do Gabinete do Poder Executivo, Ivana Back; de Negócios Jurídicos, Maurício Jorge de Freitas e de Governo e Segurança Comunitária, Toni Silveira, Pannunzio falou da necessidade de requisição do hospital, em janeiro de 2014, enquanto questão de vida ou morte. Segundo ele, a Santa Casa estava se desmantelando, com números de leitos SUS cada vez mais reduzidos e um convênio que exigia sempre mais recursos do poder público. Além disso, funcionários estavam com salários em atraso e as clínicas (médicos contratados) também não recebiam seus vencimentos. “E foi justamente por aí que começamos a recuperar um hospital que, hoje, dispõe de 180 leitos de enfermagem, 25 de UTI, um setor de ortopedia e uma ala psiquiátrica que se integram plenamente no atendimento SUS”, explicou.
Por seis meses
Ainda por meio do decreto de revogação da requisição da Santa Casa, a Prefeitura manterá o convênio com o hospital pelos próximos seis meses. O serviço será prestado nos mesmos moldes de até agora, com atendimento referenciado – aquele que deve vir de uma outra unidade de saúde, como as de urgência e emergência.
Para isso serão repassados R$ 6.668.791,56 ao mês, cerca de R$ 2 milhões daquele valor contratualizado de antes da requisição. “Esse é um valor que diz respeito aos novos serviços, à inflação do período e, portanto, atualização dos custos”, explicou Pannunzio. Segundo o prefeito, já houve, inclusive, uma conversa com a equipe de transição da próxima gestão municipal acerca desse convênio, com sinalização positiva de que não deveria ser interrompido neste momento.
O médico José Luiz Pimentel, que ocupou a função de gestor da Santa Casa pela Prefeitura, se mantém à frente da administração do hospital por meio de uma nova nomenclatura; a de diretor-presidente, vinculada à Irmandade.
Pimentel garantiu que o serviço prestado será mantido no modelo atual e que duas palavras resumem o quadro da nova gestão: entusiasmo e honestidade. “Só aceitei esse desafio porque acredito na Santa Casa. Sei que será algo que trata ganhos na assistência à saúde no município. Se não fosse isso, eu não aceitaria”, enfatizou.
Para o prefeito Antonio Carlos Pannunzio, a devolução promoverá maior dinâmica no atendimento ao cidadão por conta, justamente, de a instituição poder atuar enquanto organismo privado. “A Santa Casa poderá se abastecer mais rapidamente, comprar com mais celeridade. Coisa que par ao poder público é muito mais complicado”, disse.
O diretor da entidade garantiu que Sorocaba encontrará na nova gestão a austeridade, a responsabilidade e a correição necessárias a uma administração fiel aos melhores princípios de atendimento à população. “Podem confiar”, reafirmou.
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