Ricardo Perez fará trecho de bicicleta no revezamento da tocha

Por: Roberto Menna – trmenna@sorocaba.sp.gov.br

Quando a Tocha Olímpica fizer o contorno do Palacete Scarpa rumo à Praça Lions, no dia 17 de julho, a passagem do símbolo máximo do esporte terá uma particularidade em Sorocaba. Nesse trecho específico, numa extensão de 200 metros a chama será levada numa bicicleta, fazendo uma breve parada na ciclovia da Avenida Dom Aguirre. Para realizar o trajeto, o atleta sorocabano Ricardo Perez, pioneiro no bicicross olímpico, foi o selecionado.

E não é à toa que a bicicleta terá marcante presença na passagem da tocha, afinal, Sorocaba tem 124 quilômetros de ciclovia que cortam a cidade, com predominância na zona norte. Desse total, seis quilômetros são de ciclofaixas e sete de faixa compartilhada, voltados à melhoria da mobilidade urbana e maior qualidade de vida à população. Ou seja, não é só no esporte que a “magrela” tem seu destaque no município.

O atleta

Ricardo recebeu o convite com muito orgulho, por considerar uma oportunidade única. “Estou muito contente em poder participar. É um momento histórico, pois dificilmente teremos uma nova Olimpíada no Brasil pelos próximos cem anos. Vai ser marcante para toda a nossa cidade”, afirma. Ele começou no esporte profissional em 1986, em uma época onde os treinamentos eram feitos em terrenos baldios. “Construímos nossa própria pista de BMX em Sorocaba, em 1988”, lembra.

Como atleta, Ricardo participou de 23 mundiais, disputando quatro finais. Na época, também apresentou a modalidade ao Comitê Olímpico Internacional, na França, durante o Circuito de Le Castele. “Alguns anos depois, o esporte virou olímpico”, conta. Enquanto treinador da seleção brasileira de bicicross, o sorocabano esteve em três campeonatos mundiais, dos quais coleciona o bicampeonato mundial na África do Sul e Holanda, ambos orientando o atleta Domingos Alexandre Lammoglia.

Sempre envolvido com o bicicross local, Ricardo não deixa de ressaltar a importância da mãe, Maria Aparecida Comitre Perez, que coordena há mais de 30 anos campeonatos que promovem e descobrem novos talentos. “Sorocaba sediou dois panamericanos e daqui também saíram centenas de campeões nacionais e seis campeões mundiais”, recorda.

Quando remete ao trabalho em Sorocaba, o ex-corredor também destaca a pista do Centro Esportivo “André Matiello”, em Pinheiros. “Não há nenhuma cidade no Brasil com tamanha consistência de utilização e provas. E tudo passa por aqui, como a minha trajetória, como a da Priscilla Carnaval, sorocabana que estará competindo nas Olimpíadas do Rio, e de tantos outros”, afirma.

Para a condução da tocha, Ricardo Perez também quer fazê-la pela sua filha, Mayara Loebmann Perez, atualmente estudando na França. “Ela obteve em 2010 o primeiro lugar na olimpíada da juventude, em Cingapura, e seu uniforme encontra-se no museu olímpico, por se tratar das primeiras edições da categoria feminina. Também é bicampeã do mundo de bicicross”, conta.

Homenagem

O sorocabano diz que a oportunidade, ainda, é uma forma de homenagear todos os ciclistas do passado. “Estar lá é fazer referência ao Old School BMX, grupo que sempre buscou a melhoria do nosso esporte com paixão e dedicação, para que hoje pudéssemos estar neste nível olímpico”, finaliza.

Sorocaba foi um dos 329 municípios escolhidos pelo Comitê Olímpico para receber o revezamento da tocha no Brasil. A passagem pela cidade vai ser iniciada no bairro Campolim, às 8h08, transitando por vias que reúnem grande quantidade de pessoas e pontos históricos, como o Palacete Scarpa, o Mosteiro de São Bento e a Estação Ferroviária. O percurso tem distância total de 12,4 km e envolverá 63 condutores.

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