Santa Casa de Sorocaba realiza média de 180 partos por mês
Por: Eduardo Santinon – esantinon@sorocaba.sp.gov.br
Não bastasse ser o principal hospital de Sorocaba, respondendo por 70% dos atendimentos hospitalares via Sistema Único de Saúde (SUS) no município, a Santa Casa de Misericórdia tem uma maternidade que é exemplo em atendimento humanizado, processo que ganha ainda mais destaque diante da quantidade de partos realizados na instituição.
Em 2015, a média mensal foi de 180 procedimentos, sendo que 59% deles foram normais. A instituição está sob gestão da Prefeitura de Sorocaba desde janeiro de 2014, prazo que terminaria no próximo dia 21 de janeiro. Porém, na semana passada, o próprio prefeito Antonio Carlos Pannunzio confirmou que a administração municipal continuará à frente da Santa Casa por até mais um ano, mediante renovação da requisição.
“Sinal de que as coisas por aqui vão continuar melhorando. Desde que a Prefeitura assumiu a Santa Casa a maternidade melhorou, apesar da época de contenção de gastos. Corria o risco de fechar”, aponta a gestora de enfermagem Rita de Cássia Del Ben. A decisão pela nova requisição ocorreu depois de a Prefeitura não ter conseguido acordo com os diretores da Irmandade da Santa Casa, para a devolução do hospital. A previsão é que R$ 72 milhões sejam investidos na Santa Casa em 2016.
E o processo de humanização na maternidade, implantado integralmente desde o ano passado, terá continuidade. De acordo com a Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde, humanização é a valorização de todos aqueles implicados no processo de produção de saúde e enfatiza a autonomia e o protagonismo desses sujeitos, a corresponsabilidade entre eles, o estabelecimento de vínculos solidários e a participação coletiva no processo de gestão. “Ou seja, cria condições melhores e mais humanas para trabalhadores, pacientes e familiares”, resume Rita.
Neste sentido, cita que a gestante cadastrada para atendimento na Santa Casa tem assistência diferenciada, numa sala de espera específica, sem a necessidade de aguardar na recepção. “Para casos em que é necessário esperar o resultado de exame de sangue solicitado ou ultrassom, por exemplo, criamos uma sala de observação, equipada com maca, poltronas e banheiro, um local ainda mais confortável”, explica.
Ana Carolina dos Santos, 22 anos, deu à luz a filha Eyshila, no último dia 11 de janeiro. Foi a sua segunda gestação – ela já tem Nicolas, de dois anos, mas a primeira atendida na Santa Casa de Sorocaba. “Estou surpresa com a qualidade do atendimento. Recebi atenção especial no parto. Estava suando frio, mas tanto o anestesista quanto a pediatra me acalmaram, pois foram muito atenciosos”, mencionou ainda no leito, enquanto a filha dormia ao lado. Ali, como nos demais quartos, numa plaqueta constava o nome da mãe e do bebê, identificação também presente por meio de pulseirinha na recém-nascida e na sua genitora.
Assim como Eyshila, a pequena Eloá também nasceu de cesárea, mas, ao contrário da primeira, está no hospital há dez dias para engordar mais 20 gramas e atingir o peso ideal de 2 quilos para, então, receber alta médica. Sua mãe, a esteticista Francine de Almeida, 40 anos, está na expectativa. Contou que o parto foi “tranquilo” e que já está acostumada. Francine tem outros seis filhos. “Todos nasceram aqui na Santa Casa. Não sei o que é viver numa casa sem leite e fralda. Não vejo a hora de voltar para lá.”
Atenção exclusiva
Uma sala de pré-parto foi instalada na maternidade da Santa Casa no ano passado. Ela tem leito de observação e centro obstétrico com equipe pediátrica 24 horas, que faz o atendimento do bebê, após o nascimento. Ali, também o pai ou acompanhante da gestante – desde que maior de 18 anos de idade – pode permanecer durante e após o parto. “Antes, qualquer bebê era levado para a UTI Neonatal, para os procedimentos pós-nascimento. Agora, fica nesse local, mais próximo da sua família. Só vão para a UTI os casos de risco”, conta Rita.
Em novembro de 2015, dos 165 partos realizados na Santa Casa, 94 foram normais, contra 71 cesáreas. Número que em dezembro do mesmo ano foi de 109 e 54, respectivamente. Ainda como parte da humanização no atendimento, as gestantes durante o parto normal são submetidas à “Terapia do Chuveiro”, que consiste na indução do procedimento por meio de banho d’água, também para amenizar dores. No pós-parto, a acompanhamento obstétrico e pediátrico diuturno ao recém-nascido e à mãe é realizado no leito.
Gestor geral da Santa Casa, José Luiz Pimentel, complementa que humanizar o atendimento médico significa agregar à assistência valores éticos, respeito e solidariedade ao ser humano, de forma acolhedora. “Seguimos um protocolo com padrões de atendimento, o que implica em qualidade. O objetivo é capacitar ainda mais a nossa equipe, oferecendo educação continuada”, adianta. Principalmente, porque há uma tendência de aumento na quantidade de partos em 216. “Em 2015 já houve um crescimento de 5% nos partos normais, em relação a 2014”, completa.
A intenção da Prefeitura é transferir o controle da Santa Casa para um órgão gestor até o segundo semestre deste ano. A ideia não é se perpetuar à frente da instituição, cuja intervenção a administração municipal foi obrigada a adotar após o risco de fechamento, devido à má gestão e irregularidades apuradas na administração anterior do hospital. “Enquanto isso, vamos conduzindo os trabalhos com o objetivo de melhorar cada vez mais a qualidade dos serviços oferecidos. E creio que temos conseguido”, finaliza o gestor geral.
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