A Área de Vigilância em Saúde, da Secretaria da Saúde (SES) de Sorocaba, passou a adotar um novo protocolo de atendimento e encaminhamento de casos suspeitos ou confirmados de dengue, chikungunya e zika. A medida é uma forma de agilizar e dar mais qualidade ao processo de notificação das ocorrências e atendimento aos pacientes. A Nota Informativa 01/2016 foi lançada no último dia 1º de fevereiro e abrange diretrizes a serem seguidas, inclusive, pela rede particular de saúde. Algumas das medidas já eram adotadas desde o ano passado.

Renata Guida Caldeira, que responde pela Divisão de Vigilância Epidemiológica da SES, explica que o novo protocolo é uma sequência daquele adotado anteriormente. “Este é mais completo e já contempla as ações a serem desencadeadas em caso de situação epidêmica.” Entre outras medidas, estabelece que a notificação quanto a essas três enfermidades seja feita em ficha única para tornar mais rápido seu preenchimento e direcionamentos por parte das equipes de saúde.

Como tem ocorrido, todo caso suspeito deverá ser notificado e a coleta da sorologia realizada no mesmo momento, independente do período de sintomas que o paciente apresente. A nota também estabelece fluxos de transporte de amostras entre as unidades de saúde, classificação de risco dos pacientes com dengue e os impressos a serem utilizados pela assistência.

A nota reforça a necessidade da coleta de sangue para exame diagnóstico, com um tubo de sangue para cada doença suspeita, sendo que para zika e chikungunya o exame somente será realizado caso seja descartada a suspeita de dengue. “É um procedimento que já estava sendo adotado desde o final do ano passado, mas que agora está regulamentado”, frisa Renata.

No caso de resultado de detecção de antígeno negativo para dengue (por exame NS1 feito no primeiro dia de sintomas), deverá se procedida a coleta de nova amostra para a realização da sorologia (para exame IgM), antes de descarte do caso. “Antes, o encaminhamento das fichas dos pacientes era feito via e-mail ao laboratório. Agora, elas são impressas e entregues pessoalmente, a cada dia, junto da amostra de sangue”, enfatiza.

Outra novidade é quanto ao encaminhamento de pacientes com sangramento de pele espontâneo ou induzido (Prova do laço positiva), ou em condições especiais, risco social ou que apresente comorbidade que, após atendimento inicial, deve ser encaminhado para uma unidade de referência. De três disponíveis (Unidades Pré-Hospitalares – UPHs – Zona Norte, Leste e Oeste), passaram para seis, incluindo a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) 24 Horas do Éden, e os Pronto-Atendimentios (PAs) São Guilherme e Parque das Laranjeiras.

Definições de casos

A Nota Informativa define que os sintomas de dengue são febre (entre 2 a 7 dias) e que apresente dois ou mais dos seguintes sintomas: Náusea, Vômito, erupção cutânea (exantema); dor muscular (mialgia), articular (artralgia), de cabeça (cefaleia), no fundo do olho (retro-orbital). Pontos vermelhos pelo corpo (petéquias); diminuição da taxa de leucócitos no sangue (leucopenia) ou prova do laço positiva. Também pode ser considerado caso suspeito, toda criança com quadro febril agudo, usualmente entre 2 a 7 dias, e sem foco de infeção aparente.

No caos de chikungunya, os sintomas são febre de início súbito maior que 38 graus e dor articular, ou artrite intensa de início agudo, não explicada por outras condições, sendo resistente ou tendo visitado áreas endêmicas ou epidêmicas até duas semanas antes do início dos sintomas, ou ainda que tenha vínculo epidemiológico com caso confirmado.

Já o paciente com características de infecção por zika apresenta erupções cutâneas vermelhas que causam coceira (exantema maculopapular pruriginoso) acompanhadas de dois ou mais dos seguintes sintomas: febre ou conjuntivite sem secreção e coceira, dor nas articulações (poliartralgia) ou inchaço próximo às articulações (edema periarticular). “Antes a febre era característica obrigatória, agora ela aparece como sintoma secundário”, enfatiza a chefe da Vigilância Epidemiolófica da SES.

Alerta

A SES enfatiza a necessidade da notificação de casos suspeitos de dengue, chikungunya e zika, tanto para o correto manejo clínico dos pacientes quanto para o bloqueio da transmissão em tempo oportuno destas enfermidades. Em caso de suspeita, outra recomendação, antes mesmo da busca por atendimento, é que o paciente se hidrate muito bem.

A rede de saúde também está orientada a notificar alterações neurológicas e autoimunes em recém-nascidos, crianças e adultos, como de microcefalia, assim como a registrar anomalias ou transtornos congênitos com o objetivo de detecção de aumento anormal. Para as gestantes, o pré-natal é imprescindível neste caso, assim como as medidas preventivas para evitar o Aedes aegypti, como usar repelente, calça e camisa de manga comprida, além de manter portas e janelas fechadas ou teladas.

Tags:aedes, Dengue, Saúde